terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sem-Teto, Aposentados de ouro e o Orçamento da prefeitura

Como aumentar a receita para construir casas populares em São Paulo

A semana passada quando fui ao DETRAN-SP, Unidade Armênia,  para fazer o exame teórico para a carteira nacional de habilitação, fiquei desconcertada pelo numero de pessoas vivendo debaixo de lonas nas imediações do órgão publico. Uma situação de adultos e crianças dormindo nas calçadas, à beira da estrada, em miséria, sujeira e mal-cheiro e sob o sol impiedoso de dezembro.
O fato me lembrou das varias noticias de protestos por sem teto e resistência às desocupações de áreas ocupada abusivamente.
Desde o inicio do ano, a administração de Fernando Haddad tem se deparado com protestos por moradias. Ontem, 9 de Dezembro 2013, um grupo de sem teto manifestou em frente a casa do prefeito. Segundo Noticias na TV, o grupo fez barulho a noite toda, com batucada e fogos e impediu ao quarteirão todo de dormir!
Em uma sociedade com demandas crescentes, parece que a falta de moradia para a população carente é o problema mais urgente enfrentado pela administração do PT.

Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano faltam 670 mil domicílios na capital. Os investimentos necessários para resolver tal situação seriam de   R$ 14 bilhões. Bilhões que não estão no orçamento da prefeitura para moradia popular.

A Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo informa que vários projetos estão em andamento para supri esta necessidade.
O sistema Habis.plus mostra as fases de desapropriação e contratação relativas às 55 mil unidades habitacionais prometidas pela atual gestão.
Desse total, 14 mil estão em construção, terrenos para 15 mil novas unidades já foram identificados e espera-se que até meados de 2014 as demais áreas também estejam em processo de desapropriação.
Todavia, mesmo que todos as 55 mil residências sejam construídas e distribuídas, deixa ainda mais de 600 mil residências em falta.
Em encontro com sem-teto a semana passada, foi publicado que o pedido para aumentar este números encontrou  resistência do prefeito por falta de verbas.

Diante dessa situação, é pelo menos curioso a divisão de verbas da prefeitura.
Apesar de todo a urgência, o orçamento da Prefeitura para o 2014 prevê somente R$ 2.276.669.871, para a Habitação, ou 4,5% do total orçado para o próximo ano.
Este orçamento é obviamente muito baixo para resolver um problema seríssimo: O que pode haver de mais importante que tirar milhares de famílias de debaixo da ponte?
Este orçamento limitado para o programa de habitação causa ainda mal-estar maior quando comparado com outras despesas da prefeitura.
Como publicamos a semana passada neste blog, a terceira maior despesa da prefeitura é item Previdência Social, que é basicamente as aposentadoria dos servidores da prefeitura e os relativos custos de administração. No orçamento para 2014 estão previstos R$ 7.057.513.147, ou 13,9% do total.

O nosso blog revelou a existência de milhares de aposentados de ouro da prefeitura:

=>16.785 ex-funcionários tem aposentadorias de mais de R$5.000,00 por Mês.
=>9.523 aposentados ganham entre R$5.0000 e 10.000 reais, por mês.
=>4.417 aposentados ganham entre dez mil e vinte mil reais por mês.
=>705 ex-funcionários ganham entre VINTE MIL e TRINTA MIL REAIS, por mês.
=> 16 (dezesseis) aposentados de ouro ganham mais de 30 mil reais por mês

Sendo assim a nossa proposta é um super-imposto na remunerações dos aposentados de ouro para financiar a construção de casa populares para os sem-teto.
Segundo os nossos cálculos, um imposto de 10% sobre a retribuição bruta dos aposentados ganhando acima de R$5000,00 por mês, renderia cerca de 211 milhões de reais por ano à prefeitura.
Se o imposto de fosse de 20%, a prefeitura iria obter cerca de 421 milhões de reais por ano para investir em casas populares.

Para saber o impacto real deste potencial imposto, pesquisamos os custos de construção em São Paulo.
Segundo a o Sindicatos da Indústria da Construção Civil, o custo de construção em São Paulo esta em volta de R$950 reais. Isto significa que uma unidade residência de 40 metros quadros custa R$  38.000,00.
Com um imposto de 20% na retribuição dos aposentados da prefeitura, poderia ser construídas quase 12.000 moradias de 40 metros quadrados, retirando da ruas potencialmente 44 mil pessoas por ano!
Acreditamos que o impacto real deste imposto pode ser ainda maior. Os custos de construção de casa populares podem ser muito menor do que os custos de mercado, especialmente pelas potencias isenções fiscais. Além disso, para reduzir os custo e envolver a população, os trabalhadores para estas obras deveriam ser recrutados entre os mesmos sem-teto, devidamente cadastrados e treinados. Um programa “Construir a sua Casa” poderia ser criado para cadastrar, treinar e executar casas populares com o trabalhos dos próprios beneficiados. Isto causaria redução dos custos, aumento do numero habitações construídas, envolvimento e responsabilidade das famílias beneficiadas.

Em vista da urgência do problema de moradia convidamos o sr. prefeito a reconsiderar a distribuição do orçamento publico e colocar o dinheiro onde é mais preciso.


Custo de construção do m²  R$  950,00
Moradia Popular basica  40 m² 
Custo por residencia   R$ 38.000,00
Receita de imposto sobre aposentadoria Publica=10% R$ 210.738.830,81
Total de construções se imposto 10%  5.546
Arrecadação se imposto de 20%   R$ 421.477.661,62
Total de construções se imposto 20%  11.092
Numero de pessoas beneficiadas  44.366





sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Aposentados de Ouro

Aposentados de Ouro, deficit e o nosso dinheiro

Revendo as orçamento do Município de São Paulo para o 2014 (1)  a primeira coisa que salta aos olhos são os gastos com Previdência Social: R$ 7.057.513.147, equivalente ao 13% do orçamento total da prefeitura.
É a terceira maio despesa do munícipio, atrás só de Educação (18% do orçamento) e Saúde (16%).
Revendo os itens que que constituem ‘Previdência Social’,  vejo que se trata exclusivamente da aposentadorias de servidores municipais, custos de pessoal para administrar o IPREM - Instituto de Previdência Municipal de São Paulo, e os relativos custos de administração.

Naturalmente para toda despesa deve  haver uma receita, portanto fui analisar qual é receita do IPREM. As aposentadorias atuais devem – ou deveria – ser financiada pela contribuição do trabalhadores atuais.  A receita da previdência para o 2014 é de R$3.024.147.603, isto é menos de 50% das despesas.
O déficit causado pela diferença de receita e despesa é de R$ 4.033.365.544.

O problema de déficit na Previdência de funcionários públicos não é um problema paulista. O problema é muito  maior com os aposentados da União.
Segundo um relatório do Ministério da Previdência Social, “Só no ano 2011 o regime de previdência do funcionalismo federal acumulou um déficit orçamentário de R$60 bilhões, para custear a aposentadoria de 960 mil servidores. O índice de crescimento é de 10% ao ano. O valor é superior ao déficit provocado para custear 29 milhões de benefícios do regime geral operado pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), e que no ano passado chegou a R$36 Bilhões.”( 2)

Para limitar os danos, foi criado um novo plano de aposentadorias para os novos funcionários da união. A partir desse ano quem entrar no serviço público ganhando acima do teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atualmente em R$ 4,1 mil, não poderá receber da Previdência o salário integral ao se aposentar, segundo o Ministério do Planejamento. Para receber mais que o teto, deverá contribuir para o fundo complementar.(3)
Voltando a São Paulo, eu fui verificar porque a aposentadoria dos servidores municipais custa tanto.
Tentei descarregar o relatório dos servidores aposentados, no site da prefeitura de São Paulo. Todavia não consegui abrir o relatório Excel pois este é grande demais!
Então tive que restringir a pesquisa aos servidores com aposentadorias igual ou maior do que R$ 5 mil por mês.
Este relatório mostra que:
·        16.785 mil ex-funcionários  ganham mais de R$5.000,00 por Mês.
·        9.523 mil aposentados ganham entre R$5.0000 e 10.000 reais, por mês.
·        4.417 mil aposentados ganham entre dez mil e vinte mil reais por mês.
·        705 ex-funcionários ganham entre VINTE MIL e TRINTA MIL REAIS, por mês.

E a ‘creme de la creme’ : 16 (dezesseis) aposentados de ouro ganham mais de 30 mil reais por mês!
A cereja da torta, é um certo (a) MINORU KAVAMURA, especialista em desenvolvimento urbano, com aposentadoria de R$ 51.971,40!
Procurei por este Rei Mida das aposentadorias todavia não consigo encontra-lo. Só descobrir que é nas eleições do 2012 foi doador para a campanha do vereador PAULO ADRIANO LOPES LUCINDA TELHADA, do PSDB, conhecido como Coronel Telhada. Este vereador é um ex-comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) com fama de matador de bandidos, desde os anos ’80. 

Pagar o déficit das aposentados federais custa a cada brasileiro R$300 por ano (se a população é de 200 milhões de pessoas).
Pagar o déficit da previdência do funcionários públicos no Munícipio de São Paulo, custa a cada habitante desta cidade (11.376.685) cerca R$ 354,53.
Se cada habitante de São Paulo fosse um contribuinte, pagaria cerca R$650,00 por ano só para custear o déficit nas aposentadorias de ex-funcionários públicos, federais e municipais.
Já que nem todos os habitantes são contribuintes, o valor pago pelos contribuintes para custear os aposentados de ouro é bem mais alto.

Resumo
Receita da previdência Social Prefeitura de SP
3.024.147.603
Despesa Previdência social Prefeitura de SP
7.057.513.147
Deficit
 R$    4.033.365.544,00
Déficit Previdenciário dos funcionários da União (ano 2011)
 R$ 60.000.000.000,00
População do Brazil (estima para o 2013)
200.000.000
Custo de Aposentadorias publicas para brasileiro
          R$            300,00
População da cidade de São Paulo
11.376.685
Custo do déficit Municipal para Residente de SP
   R$                   354,53




Fontes: